terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"A Gaivota Que Tinha Medo do Mar"

A Gaivota Que Tinha Medo do Mar e Outros Contos
Contos de Eugénia Ponte
Ilustrações de Aurélio Mesquita
1ª Edição – Outubro de 2009
Páginas: 68
Editora: Lugar da Palavra

Esopo na antiga Grécia, e La Fontaine no século XVII, entre outros, partindo de histórias de animais, por eles inventadas, construíram as FÁBULAS que ainda hoje fazem parte do grande património da literatura universal. Maria Eugénia Ponte, partindo de realidades da vida animal, constrói histórias apaixonantes, que nos fazem refletir nos mais diversos problemas da vida. E como se isso não bastasse, conclui cada história com um "pensamento" que é um autêntico guia para uma vida feliz.
Padre José Eduardo Martins
(pároco de Alenquer)
Sobre a Obra e Autora:
Maria Eugenia Ferreira da Ponte
Nasceu na pequena aldeia de Obras Novas, freguesia do Carregado e concelho de Alenquer, no dia 14 de Abril de 1954.
Desde a sua infância que a leitura representa para ela um verdadeiro fascínio e foi esse fascínio que a conduziu ao gosto pela escrita.
Em 2007, editou o romance Desencontros Virtuais.
Mas os contos, em especial os contos infanto-juvenis, foram sempre o género literário que mais a atraiu, devido à grande afinidade que a liga às crianças.
Nunca foi mãe, mas as crianças sempre ocuparam um cantinho especial no seu coração e durante muitos anos foi catequista e orientadora de jovens no âmbito da Igreja Católica.
Informática de profissão, mas de convivência fácil com os mais jovens, sempre admirou outras profissões em que o contacto com a juventude é mais próximo.
Talvez seja por isso mesmo que, agora, se propõe concretizar um projeto antigo, a edição de uma compilação de pequenos contos que intitulou A gaivota que tinha medo do mar e outros contos.
Tendo como base uma curiosidade do comportamento de determinado animal, descreve-a inicialmente como nota didática, depois surge o conto e, no final, uma pequena reflexão adaptada à realidade humana.
Para Maria Eugénia Ponte, entrar no mundo infantil é uma experiencia fascinante e escrever um conto é como vestir a pele de criança e deixar a imaginação voar ao encontro do que é puro, sincero e transparente.

Índice dos contos:
A gaivota que tinha medo do mar
Rainha morta, rainha posta
Por que vais por ai?
Por ti, eu morrerei de amor
O melhor amigo do homem
Querida, já dei à luz os meninos
A rainha das joias
O Canguru que não sabia andar
Ambrósio, meu ouricinho, beija-me de mansinho
Abelha Zena – A procura da nova casa

Opinião:
No início de cada conto a autora escreve uma nota didática sobre o comportamento de determinado animal, aliás, sobre o animal que surge no conto seguinte. Aqui o leitor encontra informações muito interessantes sobre algumas espécies animais. Eu, particularmente aprendi coisas interessantes sobre alguns animais e são informações muito úteis e interessantes para os leitores jovens.

Um livro dedicado à princesinha Leonor (da autora) mas que no meu caso também se aplica à minha princesinha. Foi muito engraçado quando a minha filhota descobriu o nome dela, logo no início… “Mamã este livro é mesmo para mim”. Quanto aos contos, já tive o prazer de lhos ler todos, no geral gostou de todos, mas o favorito foi “O Canguru que não sabia andar” o que me deixou muito sensibilizada, pois ela tem um amigo que é especial, diferente dos outros meninos, o que o torna muito mais especial e sei que este conto foi o seu favorito por essa mesma razão. O conto que ela gostou menos foi “Ambrósio, meu ouricinho, beija-me de mansinho” isto porque, não gostou nada da maneira como os outros animais da quinta trataram este casal de ouriços e os seus filhotes.

Contos para contar e voltar a contar…

De seguida tenho que partilhar alguns dos excertos de reflexão, que o leitor encontra no final de cada conto. Excertos que a autora adapta na perfeição ao ser humano. Transcrevo alguns dos pontos de reflexão, que já li e reli diversas vezes. Aliás, já transcrevi alguns deles para papel e colei no meu monitor… Isto porque, me revi em muitos deles e dai sentir necessidade de os reler em determinados momentos do meu dia… adorei imenso, obrigada Eugénia por esta partilha de conhecimento, sabedoria, carinho… Porque como leitora, foi o que senti.
“Nesta vida quem se eleva acima de todos, mesmo que o não mereça, tem sempre lugar de destaque e é alvo da admiração colectiva.
Em contrapartida, quem se mostra humilde e modesto, é olhado com desprezo e altivez.” Pág.19

“Se somos diferentes, somos olhados com desconfiança e os nossos conselhos e ideias não são tomados em consideração.
Isso entristece-nos e a reação lógica é isolarmo-nos de todos os outros.” Pág. 25

“A amizade, tal como o amor, é um sentimento que só atinge a sua plenitude quando é retribuída.
É um sentimento que implica partilha, que implica reciprocidade.
Amizade não partilhada é como um filme que só o protagonista vê, é como uma flor que nasce debaixo de uma pedra, é como um rio que não corre para a foz…
Amizade unilateral nunca é amizade completa, não se justifica e não serve a felicidade, antes alimenta a tristeza e a dor.
Amizade que não desenvolve amizade é inútil e não faz sentido.” Pág. 37

“Quando discutes assuntos íntimos, não deixes que eles deixem de ser íntimos e passem a ser do conhecimento de toda a gente. É que, assim, estás a dar o direito àqueles que te rodeiam a que opinem sobre a tua vida e tomem decisões que só a ti deviam competir.” Pág. 43

Quando nos orgulhamos de algo que tenhamos feito, pensemos que só tem valor se for partilhado com alguém e que, se o guardarmos só para nós, pode acontecer que isso não passe de uma coisa mesquinha e sem utilidade pois apenas serve a nossa vaidade.” Pág. 49
“Não te angusties inutilmente com o que não consegues fazer ou com o que não és.
Em lugar disso, alegra-te com os dons que possuis, valoriza-os e põe esses dons ao serviço dos outros
… A felicidade não é uma coisa que dependa daquilo que temos, mas daquilo que somos.” Pág. 55

Toda a gente tem os seus defeitos, mas também tem as suas qualidades.
Vamos valorizar as qualidades e compreender os defeitos?” Pág. 67

Blogue da autora:
Maria Eugenia Ponte - Os meus livros - Os Contos

Outras obras da autora:
Abelha Zena, a Rainha Serena
Desencontros Virtuais

Contos que colocam o ser humano a pensar e a refletir, nas suas ações e atitudes do dia-a-dia.

Foi assim:

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