domingo, 25 de março de 2012

"Vamos Jogar!"

Vamos Jogar!
Actividades pedagógicas entre pais e filhos para ensinar bons hábitos às crianças
de Eduardo Estivill e Yolanda Sáenz de Tejada
Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 376
Editor: Livros d'Hoje
Coleção: Livros Práticos

Sinopse:
O livro tem como objectivo fornecer uma série de conceitos, apresentados na forma de jogos, para que os pais possam inculcar melhores hábitos aos seus filhos.

Surgiu da colaboração com uma mãe responsável, Yolanda Sáenz de Tejada Vázquez, autora e praticante especialista das propostas que são descritas neste livro. Unindo as suas facetas de excelente escritora e de mãe preocupada com a educação das suas filhas, Yolanda elaborou, a partir de conceitos científicos comprovados, uma série de actividades fáceis de executar e que são particularmente válidas do ponto de vista educativo. Cada uma delas está pensada com rigor e emoção, e foi testada com muitas crianças.

Esta obra constitui uma ajuda fundamental para os pais na difícil tarefa de educar os seus filhos correctamente e conseguir que eles sejam melhores pessoas.

Sobre os autores:
Os autores de “Vamos jogar!” dizem que os pais de hoje em dia, que têm um ou dois filhos, se sentem culpados por não estar mais tempo com eles.
O Dr. Eduard Estivill é pediatra e neurofisiólogo, responsável pela unidade de Alterações do Sono do Instituto Universitário de Dexeus de Barcelona e coordenador das unidades do sono do Hospital Geral da Catalunha e da Clínica Incosol em Marbelha. Nas suas consultas são tratados todo o tipo de alterações do sono, como é o caso das insónias infantis e dos adultos, o ressonar com ou sem apneia (paragens respiratórias durante o sono), os sonambulismos, os pânicos nocturnos, o jet lag, etc. Basicamente, atende pessoas que não dormem, que dormem de mais ou que não deixam dormir. Na sua Unidade de Alterações do Sono, uma organização com prestígio mundial, tem tido uma média de duas mil visitas por ano, juntamente com os seus colaboradores, Roberto Civeti e Victoria de la Fuente. Todos eles participam activamente em programas de investigação e ensaios clínicos de novos medicamentos e divulgam nos meios de comunicação os seus conhecimentos sobre o tema.

Yolanda Sáenz de Tejada, escritora e criativa espanhola, agarrou na sua experiência de mãe e decidiu escrever este livro com 46 jogos para pais e filhos.

Entrevista ao Público (daqui)

PÚBLICO – Porquê ensinar regras fundamentais com jogos?
Yolanda Sáenz de Tejada (YST) – Porque através do jogo eles aprendem mais facilmente. Também para os pais é mais fácil ensinar de uma forma divertida. Se insistimos, sem os motivar, eles não escutam. Com o jogo, aprendem melhor. Os jogos promovem a memorização e a imaginação porque não estão pensados só para aprender as regras.

Eduard Estivill (EE) – Se os pais fazem um jogo para ensinar, a criança entende mais rapidamente.

P. – Os pais têm tempo para fazer jogos? Não é mais fácil dar uma ordem?

YST. – O livro foi pensado para fazer parte da vida dos pais porque os jogos não requerem muito tempo, mas apenas aquele que os pais estão com os seus filhos. Estes jogos [foram feitos a pensar] no tempo que eu tenho para os meus filhos.

P. – Além dos seus filhos, os jogos foram aplicados a outras pessoas?

EE. – Esta é uma ferramenta para os pais de hoje em dia, que têm um ou dois filhos e se sentem culpados por não estar mais tempo com eles. Com este livro explicamos que o melhor é a qualidade e não a quantidade de tempo que estão com os filhos. É preferível estar 20 minutos e fazer um jogo do que estar duas horas à frente da televisão. Todos os jogos foram experimentados por muitos pais, amigos meus e de Yolanda, mas também em escolas e creches.

P. – Na educação, mesmo através do jogo, os pais devem promover a recompensa por um bom comportamento?

YST. – O prémio é a compensação pelo esforço. Não são prémios materiais, porque a obrigação dos filhos é fazer bem, o prémio é pais e filhos estarem juntos. A criança teve que fazer um esforço, o jogo ajuda-o a fortalecer, a unir a família. O objectivo é que aprendam as regras. Fazem um esforço e por isso são recompensados. Os pais não estão a comprá-los, mas estão com os filhos e essa é a maior recompensa.

P. – E se a criança não quiser jogar, não aprende como comportar-se?

YST. – Isso nunca acontece porque para a criança o que está a fazer com os pais não é jogar, mas partilhar. Olham o jogo como um momento de partilha com o pai e com a mãe. Além disso, não há nenhuma criança que não goste de jogar!

EE. – Os pais não lhe explicam: “Vamos jogar para aprenderes a tirar os cotovelos de cima da mesa.” O jogo entra na rotina da família com naturalidade.

P. – Através dos jogos a criança aprende a ser autónoma e responsável?
EE. – O que explicamos já foi demonstrado. Há quem acredite que os filhos podem fazer tudo, sem regras. Para nós, a sociedade pede-nos normas, ou seja, não podemos fazer o que queremos e se os pais pretendem que os filhos se adaptem à sociedade, têm que ensinar-lhes regras, eles precisam de limites para se tornarem autónomos.

YST. – Os pais têm que criar crianças mentalmente sãs, que respeitem quem têm à sua frente e respeitar significa ajudar, não levantar a voz, partilhar... E tudo isso pode ser aprendido com jogos. É uma ferramenta para educar para os valores mas de uma forma divertida

P. – Faz falta aos pais e aos filhos ter uma relação divertida?

YST. – É fundamental!

EE. – É uma relação mais espontânea, que se consegue com tempo, com algum esforço, mas é importante não esquecer que têm que ensinar regras. Actualmente há pouco respeito, vê-se nas escolas. Quando era pequeno, se chegasse a casa e dissesse que o professor me tinha castigado, o meu pai dizia-me: “Se te portares mal outra vez, sou eu que te castigo.” Hoje, os pais vão falar com o professor, tirar satisfações.

YST. – Temos pouco tempo e não ensinamos valores fundamentais como o respeitar os mais velhos. Os mais velhos são a nossa história. Uma criança sem passado, é uma criança sem futuro.

Sobre a Obra:
Partindo de conceitos científicos comprovados, apresentam uma série de «actividades fáceis de executar e que são particularmente válidas do ponto de vista educativo». Isto tendo por premissa «a facilidade das crianças em captar ensinamentos e copiar os padrões de conduta dos adultos». É que os petizes não nascem ensinados e cabe aos progenitores apontar as direcções a seguir no sentido de aprenderem a «movimentar-se pela vida com segurança e responsabilidade».
A transmissão de valores, o processo de habituação através da repetição e do bom exemplo (neste ponto é imperiosa a coerência entre a teoria e prática) e até o seu grau de estoicismo, nunca desistindo perante as contrariedades (leia-se berrarias, lágrimas ou ataques de nervos), são absolutamente fundamentais nesta fórmula para se obterem bons resultados.
Ingredientes base

Na receita proposta em «Vamos Jogar!» a Emoção e a Planificação têm o mesmo grau de importância. A dupla sugere que os pais devem recuperar a alegria de quando eram pequenos, sendo cada jogo acompanhado de amor e do sorriso que «tantas vezes tendemos a esquecer». Já em termos de Planificação, «se criarmos expectativas, será mais fácil que as crianças desfrutem», como quem tem um objectivo em mente e sente a inerente satisfação quando consegue realizá-lo.

Neste moroso processo é certo e sabido que «não somos infalíveis». «Os pais que se equivocam são mais humanos. Se assumirmos que não sabemos algo, mas que vamos tentar encontrar a resposta, o nosso filho pensará que tudo tem uma solução. Os nossos enganos, se os admitirmos, aproximar-nos-ão mais deles», afiançam Eduard Estivill e Yolanda Sáenz de Tejada.

Mais, «para ensinar é preciso ouvir» e rever a nossa infância e a tradicional sensação de incompreensão dessa fase etária será útil nesse processo de identificação com a nossa prole. Por fim, os autores recomendam «o amor louco», pois que «um pouco de carinho nunca é de mais e não há que ter quaisquer pudores em demonstrá-lo publicamente. »
Ao longo de 277 páginas aprendemos que esse acto essencial na vida das crianças que é o Jogo é possível de ser explorado no sentido educativo e meramente recreativo. Na lista de jogos há a promessa da aquisição de bons hábitos na Comida, de Conduta, de Higiene, de Comunicação, de Estudo, de Leitura e de Sono.

O mesmo será dizer que, em jeito de brincadeira, se aprende a pôr a mesa, a comer o pequeno-almoço sozinho, a ser pontual às refeições, a não ter ciúmes, a ser altruísta, a valorizar a prática desportiva, a tomar banho sozinho, a gerir o tempo, a escolher a roupa para vestir, a perder o medo do médico, a não ter vergonha, a dar valor à família, a gostar de estudar, a treinar a memória, a explorar o talento artístico ou a adormecer sozinho. Tudo porque, como disse um dia Allan Bloom, «a educação é o movimento da obscuridade em direcção à luz».
Classificação: 4/7 Bom

Mal-Entendidos

Mal-Entendidos
de Nuno Lobo Antunes
Da Hiperactividade ao Síndrome de Aspergen. Da Dislexia às Perturbações do Sono. As respostas que procura.
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 248
Editor: Verso da Kapa
Preço: 18,17€

Excerto:
«Para compreender uma criança temos de voltar ao país das memórias, reviver o que ficou para trás, habitar de novo medos de que nos esquecemos. Olhar com olhos de espanto, chamar filha a uma boneca, e replicar o milagre da criação dando-lhe voz. Para a compreender temos de voltar a pele do avesso, reduzir a dimensão do corpo na medida inversa em que cresce o sentimento. Cada criança é uma história por contar. Por vezes o Capuchinho Vermelho perde-se no bosque e não há beijo que resgate a Bela Adormecida.

Para muitas crianças a sua história pode não terminar bem, e não viverem felizes para sempre. Este livro destina-se a essas crianças e a quem delas cuida: Pais, Professores, Psicólogos ou Médicos, que querem que todas as histórias tenham um final feliz, e não deixam o Espelho Mágico dizer a nenhuma criança que há alguém mais belo do que ela.

Devem existir em Portugal cerca de 100.000 crianças com perturbações de desenvolvimento.»

Nuno Lobo Antunes, In Introdução

« Hoje mesmo, dia em que termino o meu livro, alguém começa uma história: as minhas filhas conheceram os professores e a Escola que as vai acolher. Sentados em cadeiras pequeninas, a minha mulher e eu sentíamos a insegurança de quem confia a outros o que tem de mais importante. »

Sobre o autor:
Nuno Lobo Antunes nasceu em Lisboa a 10 de Maio 1954. Em 1977, licenciou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina de Lisboa.

Foi Assistente Hospitalar de Pediatria e Coordenador da Unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Foi Membro da Comissão de Neurologia do “Children Oncology Group”.

Foi consultor de Neurologia Pediátrica para o Departamento de Neurologia e Pediatria do Memorial Hospital for Cancer and Allied Diseases e para o Presbyterian Hospital em Nova Iorque.

Foi ainda Professor Auxiliar de Neurologia e Pediatria na Cornell University Joan & Sanford I. Weill Medical College É actualmente Director Médico e Coordenador das áreas de Neurodesenvolvimento e Neurologia do CADIn, Consultor de Neuropediatria do Serviço de Pediatria Hospital Fernando da Fonseca e Consultor de Neurologia Pediátrica do IPO, em Lisboa.

Membro da American Academy of Neurology, da Child Neurology Society, da Children Cancer Group Tri-State Pediatric Neurology Society, da Society for Neurooncology, da Sociedade Portuguesa de Pediatria, da Sociedade Portuguesa de Neurologia e da Academia Ibero-Americana de Neurologia Pediátrica.

Uma opinião:
Este livro, de leitura fácil, pode ser muito útil, pela informação que contém e pela forma clara como está escrito. Indispensável na biblioteca de todos os que se interessam pela Educação Especial.
Ajuda pais que tem filhos com problemas a lidar melhor com eles. E mesmo aqueles pais, que não tem, pode vir a ser muito ultil, aquando de um futuro contacto com alguma criança com estes problemas.
Nós Pais, e educadores lutamos pelo sonho de tornar os nossos filhos em alunos e por conseguinte, adultos felizes, saudáveis e sábios. Uma tarefa heróica, o de cultivar os terrenos mais difíceis de serem trabalhados: a inteligência e a emoção.
O livro está fantástico, sobretudo pela abordagem simples e esclarecedora acerca de problemas tão complexos que preocupam pais, professores e educadores. Um livro onde os assuntos são abordados naturalmente e com uma boa dose de optimismo, de esperança e com apurado sentido de humor.
 
Adorei o livro, devia ser recomendado a pessoas que não sabem lidar nem aceitar crianças diferentes. Porque as vezes cansa  ver e sentir, que algumas crianças são apelidadas de problemáticas e alguns pais de maus pais e pesimos educadores. Porque realmente vivemos numa sociedade invejosa, maldosa e muito intrigista.

Vale a pena ler é um excelente livro
 

Classificação: 5/7 Muito Bom


sábado, 24 de março de 2012

"As crianças aprendem o que vivem"

As Crianças Aprendem o Que Vivem
Como Incutir Valores aos Seus Filhos
de Dorothy Law Nolte e Rachel Harris
Edição/reimpressão: 2005
Páginas: 254
Editor: Bizâncio
Preço de Capa: €12.61
Sinopse
Se as crianças vivem com encorajamento, aprendem a ser confiantes…
Se as crianças vivem com aceitação, aprendem a amar…

Dorothy Law Nolte oferece um simples mas poderoso guia para os pais – a inspiração de valores através do exemplo. Abordando questões de segurança, valor próprio, tolerância, honestidade, medo, respeito, equidade, paciência e muito mais, este livro de um raro bom senso comum ajudará uma nova geração de pais a encontrar a sua própria sabedoria como tal e arrancará dos seus filhos uma imensidão de recursos interiores. Se as crianças vivem com encorajamento, aprendem a ser confiantes…

Este livro poderá ajudá-los a tornarem-se nos pais que sempre quiseram ser e a criarem os filhos de que sempre se poderão orgulhar.
Dorothy Law Nolte tem uma longa carreira como professora universitária na área da educação e vida familiar.
Dorothy e Rachel Harris são amigas e ensinam juntas há mais de 30 anos
.
Também autoras do livro: Os Adolescentes Aprendem o Que Vivem


"Se a gente pretende fazer com que o mundo seja um lugar de respeito, onde As pessoas vivam em um ambiente seguro, saudavel, amoroso e feliz, precisamos, desde já, plantar esta semente. As crianças de hoje serão os homens e mulheres de amanhã. E elas precisam de uma base para crescerem. Cabe a cada um de nós procurar ajudar nesse aprendizado, sendo um exemplo e referência, sempre que a oportunidade se apresentar."

Primeiras Páginas

AS CRIANÇAS APRENDEM O QUE VIVEM

Se a criança vive com críticas,
Ela aprende a condenar
Se a criança vive com hostilidade,
Ela aprende a agredir.
Se a criança vive com zombarias,
Ela aprende a ser tímida.
Se a criança vive com humilhação,
Ela aprende a se sentir culpada.
Se a criança vive com tolerância,
Ela aprende a ser paciente.
Se a criança vive com incentivo,
Ela aprende a ser confiante.
Se a criança vive com elogios,
Ela aprende a apreciar.
Se a criança vive com retidão,
Ela aprende a ser justa.
Se a criança vive com segurança,
Ela aprende a ter fé.
Se a criança vive com aprovação,
Ela aprende a gostar de si mesma.
Se a criança vive com aceitação e amizade.
Ela aprende a encontrar amor no mundo.

Classificação: 5/7 Muito Bom