terça-feira, 23 de junho de 2009

"Marés de Inverno"

Depois de ler vários comentários, tinha este livro debaixo de olho, nas férias resolvi adquiri-lo e na primeira oportunidade iniciei a minha leitura que logo se verificou uma verdadeira descoberta

Marés de Inverno de Luís Miguel Raposo
Editora: Quinto Selo
Última Edição: Fevereiro 2009
N.º de Páginas: 152

Sinopse:
« - A minha memória tem buracos que não consigo preencher - disse-me em tom triste. Quero recordar a nossa juventude, mas tudo parece desligado. Tu podias escrever acerca de nós, Vasco, sempre tiveste jeito para essas coisas.»

Deitado numa cama de hospital para morrer, Michael vai perdendo a clareza das memórias de rapaz, quando o seu mundo era apenas um grupo de amigos surfistas e a enorme paixão pelo mar que os mantinha unidos.
Vasco assiste ao crescente sofrimento do amigo, ao afastamento da mulher que ama, ao nascer de uma paixão emergente, à morte dos que mais estima, e aperta as rédeas do tempo para cumprir a sua promessa: escrever a história da sua juventude.

Acerca do autor:
Luís Miguel Raposo nasceu em Almada, a 6 de Novembro de 1971. Aos 15 anos começou a fazer surf na Costa de Caparica. Concluiu em Lisboa uma licenciatura em Organização e Gestão de Empresas no ano de 1994.

Actualmente trabalha como consultor de gestão e formador. “Marés de Inverno” é o seu primeiro romance, publicado pela Bertrand sob a chancela O Quinto Selo, tendo já planeado uma sequela. Está a escrever o segundo romance para concluir no Outono de 2009.
Continua a surfar com regularidade, sobretudo em Peniche. A praia do Molhe Leste é nestes dias a sua praia de eleição.

Blog do autor: mares-de-inverno.blogspot.com

A minha opinião:
Fiquei fascinada com a leitura deste livro, foi uma leitura mais demorada porque dei comigo a ler mais do que uma vez as mesmas frases. Gostei imenso, é um livro envolvente, fascinante e tocante, desde da primeira página até à última.

O Surf, um desporto que nunca me fascinou, mas com a leitura deste livro, mudei completamente de opinião. As descrições das marés, que são feitas pelo Vasco, são fabulosas e intensas, demonstram que é necessária uma certa coragem para o praticar. Adorei imenso todas descrições sobre o surf.

Relativamente à Daniela… foi a parte mais desagradável, não gostei mesmo nada, foi mesmo uma desilusão a sua partida, principalmente da forma como partiu.

Para mim, este livro é um “diário” das memórias de juventude, os momentos vividos na praia dos cds, os amigos e o destino de cada um deles, o primeiro amor do Vasco e o seu desenrolar. O livro relata uma história que podia ser de cada um de nós (carregada de memorias, sentimentos, amor, amizade…)

Um livro a não perder e claro, fico aguardar o próximo. Parabéns ao autor.

Leitura terminada a 10/06/2009

Um belo dia... a filhota pegou o meu livro, da leitura do momento e...
Aqui esta ela, muito interessada!









Quando chegar o momento das suas leituras, acho que já tem os livros seleccionados, para começar!

"A Ilha das Trevas"

O romance retrata o período conturbado que se inicia com a ocupação indonésia da antiga colónia portuguesa de Timor-Leste até à independência daquele território como país.
A Ilha das Trevas de José Rodrigues dos Santos
Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 356
Editor: Gradiva Publicações

Sinopse:
Paulino da Conceição é um timorense com um terrível segredo. Assistiu, juntamente com a família, à saída dos portugueses de Timor-Leste e a todos os acontecimentos que se seguiram, tornando-se um mero peão nas circunstâncias que mediaram a invasão indonésia de 1975 e o referendo de 1999 que deu a independência ao país.
Só há uma pessoa a quem Paulino pode confessar o seu segredo - mas terá coragem para o fazer?
A vida e tragédia de uma família timorense serve de ponto de partida para aquele que é o romance de estreia de José Rodrigues dos Santos, precursor de grandes êxitos como A Filha do Capitão, O Codex 632 e A Fórmula de Deus.
Um romance pungente onde a ficção se mistura com o real para expor, num ritmo dramático, poderoso e intenso, a trágica verdade que só a criação literária, quando aliada à narrativa histórica, consegue revelar.

O autor:
José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964, em Moçambique. Abraçou o jornalismo em 1981, na Rádio Macau, tendo ainda trabalhado na BBC e sido colaborador permanente da CNN.
Doutorado em Ciências da Comunicação, é agora professor da Universidade Nova de Lisboa e jornalista da RTP. Trata-se de um dos mais premiados jornalistas portugueses, tendo sido galardoado com dois prémios do Clube Português de Imprensa e três da CNN, entre outros.
Já publicou quatro ensaios e quatro romances, sendo A Ilha das Trevas o primeiro destes.

Outras obras do autor:
A Filha do Capitão,
O Códex 632,
A Fórmula de Deus,
O Ultimo Selo,
A Vida num Sopro,

Comentário:
Este foi o primeiro livro que li do autor e quando iniciei a minha leitura esperava algo diferente, no inicio fiquei um pouco desiludida, mas depois comecei a tomar consciência de uma realidade que não conhecia tão pormenorizada.
A história é intensa e comovente, aborda um assunto trágico mas real, com a leitura deste livro, compreendi muito melhor a realidade do povo timorense. Fiquei impressionada com a quantidade de massacres relatados, sendo o massacre do cemitério o que mais me impressionou.
Apesar de apelidado de romance, a obra não me parece um romance, devido aos factos históricos. Pois o autor debruçou-se mais na realidade, contando-nos através da ficção, verdades assustadoras e cruéis do povo de Timor.
É sem dúvida um livro surpreendente, relata na perfeição os acontecimentos em Timor Leste desde meados dos anos 70 com a invasão da indonésia, até a entrega da soberania aos timorenses em 19/05/2002.

O livro inicia com o Paulino a dirigir-se a uma igreja para se confessar, nesse dia inicia a sua confissão, mas não a termina. Paulino guarda um terrível segredo e só quando escreve uma carta a Esmeralda sua mulher é que o revela.
A história deste casal, Paulino e Esmeralda, com os filhos de ambos, Justino e Isabelinha deixou-me várias vezes com os olhos…
Uma leitura que se revelou uma agradável surpresa. Adorei.

Excerto que adorei:
“Tantas interrogações, tantas duvidas, tantos fins diferentes, tantos “ses”.
Na verdade, “se” é a palavra mais terrível, mais angustiante da condição humana. Tenho plena consciência de que, se as nossas decisões tivessem sido diferentes em algum dos momentos cruciais ou se as circunstancias fossem outras, mesmo que ligeiramente, a história da nossa família ainda poderia ter um final feliz. A realidade porém, é só uma, as considerações sobre o que aconteceria “se” não passam de uma dolorosa fantasia a que nos entregamos quando queremos fugir dos fantasmas que nos perseguem ao longo da vida por causa das nossas decisões e das circunstâncias em que foram tomadas.”

Leitura terminada a 20/06/2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Como Salvar um Coração partido"

Como Salvar Um Coração Partido de Susan Richards

Editor: Casa das Letras

Ano de Edição: 2009

N.º de Páginas: 216


Sinopse:

A égua que Susan Richards decidira adoptar não queria entrar no atrelado. Lay Me Down, porém, uma antiga égua de corrida com um poldro nos calcanhares, subiu docilmente a rampa e entrou na vida de Susan. Subalimentada, fruto de uma vida dura, Lay Me Downtinha, no entanto, um coração aberto e generoso. O destino levou-a para o picadeiro de Susan, onde ensinou esta mulher de coração destroçado a abraçar as alegrias da vida, apesar dos seus perigos.


As lições de amor são muito diversas. Para Susan, a adopção de uma égua maltratada teve um impacto fantástico na sua vida, um impacto que nunca teria podido prever. A experiência mostrou-se profundamente instrutiva, levando-a a acreditar que o amor pode alimentar o espírito humano e ajudá-lo a ultrapassar a dor e a perda de uma pessoa querida. Uma história inspiradora sobre o significado da família e o que a perda de um ente querido nos pode fazer e fazer por nós.


Um testemunho inesquecível sobre os sentimentos que marcam os laços entre humanos e animais. New York Times Bestseller


Autora:

Susan Richards formou-se em Inglês na Universidade do Colorado, licenciou-se em Segurança Social na Universidade de Adelphi, vive em Bearsville, Nova Iorque e ensina composição em SUNY Ulster, no Colégio Marista.


Comentário:

Susan Richards já tinha três cavalos, mas resolve acolher uma nova égua a Lay Me Dowm. Esta égua passou por muitos maus tratos, mas é ela que vai ajudar Susan a ver a vida com outros olhos, vai ajuda-la a acreditar que a vida ainda faz sentido. Toda a dedicação que Susan deu a está égua, fez-me emocionar muitas vezes ao longo desta leitura.


Susan escreve este livro na forma de um diário, contém uma história e uma descrição linda dos cavalos e danos uma grande lição de perdão e amor.


Enquanto ia desfolhando as páginas deste livro, dei comigo a pensar na minha família, na doença e na solidão que muitas vezes a doença provoca. É um livro que nos faz reflectir muito, uma história inspirada na família e o que a perda de um familiar nos pode fazer.


É sem dúvida um livro magnífico, que tive a oportunidade de ler nas férias, não rodeada de cavalos mas de praia, que me proporcionou momentos de muita reflexão.


Leitura terminada a 11/06/2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

"Se me pudesses ver agora"

A minha segunda escolha nas férias, para uma leitura à beira-mar foi Se me pudesses ver agora” de Cecelia Ahern, um livro com uma história muito bem concebida, boa para reflexão.


Editora: Editorial Presença

Número de Páginas: 296


Sinopse:

“Elizabeth tem trinta e quatro anos e vive numa casa que ela adora e paga com o dinheiro que ganha no seu bem-sucedido negócio de designer de interiores. A vida não lhe foi fácil. Desde que a mãe os abandonara, Elizabeth acabou de se criar a si própria, enquanto criava também a irmã, Saoirse, e cuidava do pai. Aos dezasseis anos Saoirse engravidara por pura distracção. E agora Elizabeth tem o pequeno Luke para criar, uma criança que ela teme que também venha a ser problemática, uma vez que tem um amigo imaginário. Mesmo assim Elizabeth controla tudo na perfeição. Mas agora que Ivan apareceu na sua vida, vai mudá-la de formas que ela nunca podia ter imaginado... “


Autora:

Cecelia Ahern é uma escritora irlandesa. Cecelia, que vive em Dublin, alcançou grande sucesso com seus cinco romances já publicados, além de ter vários contos incluídos em antologias. Seus livros já ultrapassaram a marca de seis milhões de vendas e foram traduzidos em mais de 45 línguas.

Cecelia Ahern é formada em jornalismo e multimédia pelo Griffith College Dublin. Em 2000, Cecelia fez parte do grupo pop Shimma, que terminou em terceiro lugar na final irlandesa do Festival Eurovisão da Canção.

Aos vinte e um anos, seu primeiro romance, PS. Eu Te Amo, tornou-se o bestseller mais vendido na Irlanda (por 19 semanas). Cecília tem também contribuído escrevendo contos em livros editados por organizações beneficentes sem fins lucrativos.


Excertos que adorei particularmente:

"A vida é assim uma espécie de pintura. Uma pintura abstracta muito bizarra. Podemos olhar para ela e pensar que tudo aquilo não passa de um borrão, e continuarmos a viver a nossa vida pensando que tudo o que existe à nossa volta é um borrão. Mas se olharmos bem para ela, se a observarmos com atenção, a vida pode tornar-se muito mais do que isso. Ela pode ser uma pintura do mar, do céu, das pessoas, dos edifícios, de uma borboleta pousada numa flor ou de qualquer outra coisa, excepto do borrão que antes vocês se convenceram que era."


"Não importa onde estamos neste mundo, porque o que interessa é onde estamos aqui - tocou ao de leve na cabeça. - O importante é o outro mundo que habito. O mundo dos sonhos, da esperança, da imaginação e das recordações. Aí eu sou feliz... por isso também sou feliz neste sítio. ... Fechou os olhos e deixou que o vento lhe secasse as lágrimas."


Comentário:

É sem duvida um livro emocionante e muito terno. Faz-nos pensar nos pequenos/grandes prazeres da vida e como se vê o mundo com óculos cor-de-rosa é sem dúvida um conto de fadas moderno.

Com esta leitura recordamos o nosso lado mais inocente e infantil, que muitos dos dias tanta falta nos faz , para tornarmos a vida mais linda.

A leitura deste livro fez-me reflectir que realmente ao longo da vida à momentos menos bons e que nessas alturas, temos tendência a deixar para trás o nosso melhor lado e os nossos sonhos.


Leitura terminada a 06/06/2009